sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Os homens ocos

T.S. Eliot


Nós somos os homens ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada



Fôrma sem forma, sombra sem cor
Força paralisada, gesto sem vigor;



Aqueles que atravessaram
De olhos retos, para o outro reino da morte
Nos recordam — se o fazem — não como violentas
Almas danadas, mas apenas
Como os homens ocos
Os homens empalhados
(...)

(Editado pelo Jornal Correio Braziliense, 13/02/2009 - Tradução: Ivan Junqueira)
http://www.correiobraziliense.com.br/impresso/

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