sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Princípios básicos do pluralismo religioso


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No próximo dia 8 de fevereiro de 2011, o Fórum Mundial de Teologia e Libertação irá celebrar, dentro do Fórum Social Mundial, em Dakar, no Senegal, uma oficina sobre "Religiões e Paz: A visão/teologia necessária para tornar possível uma Aliança de Civilizações e de Religiões para o bem comum da humanidade e a vida no planeta". A organização da oficina é da Associação Ecumênica de Teólogos/as do Terceiro Mundo - ASETT/EATWOT.
Para facilitar a participação e o debate, a EATWOT disponibilizou as conferências resumidas de vários especialistas que serão apresentadas sobre a temática proposta na oficina do ano que bem.
O sítio do IHU, em suas Notícias do Dia, está disponibilizando as principais conferências a respeito da temática.
Publicamos hoje a nota de imprensa divulgada pelo Encontro Internacional de Teólogos Pluralistas e Estudiosos da Religião, ocorrido em 2003. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

Princípios-chave do pluralismo religioso
Nenhuma religião é melhor do que as outras
Convidando todas as religiões do mundo a reconhecer sua validade mútua e a desistir de afirmar que uma religião é "a primeira e a única" ou a "melhor", um grupo de 35 estudiosos da religião da Ásia, da Europa e dos Estados Unidos se encontraram na Universidade de Birmingham, na Inglaterra, entre os dias 6 a 9 de setembro de 2003. Sua conferência era intitulada "O Modelo Pluralista: Uma Exploração Multirreligiosa".
Os participantes reconheceram a relação entre as reivindicações de verdade absoluta e a exploração da religião para promover a violência. Eles examinaram os recursos dentro de todas as tradições religiosas (Hinduísmo, Budismo, Sikhismo, Judaísmo, Cristianismo, Islã) para mostrar que nenhuma religião pode reivindicar ter a "verdade absoluta" ou ser melhor do que as outras.
Os organizadores da Conferência foram John Hick (Universidade de Birmingham), Paul Knitter (Xavier University, Cincinnati), Perry Schmidt-Leukel (Universidade de Glasgow) e Leonard Swidler (Temple University).
Os 40 participantes concordaram sobre os seguintes

"Princípios-chave do Pluralismo Religioso":

1. O diálogo e o compromisso inter-religioso devem ser a forma pela qual as religiões se relacionam entre si. Uma necessidade primordial para as religiões é a de curar os antagonismos entre elas.

2. O diálogo deve envolver os urgentes problemas do mundo hoje, incluindo a guerra, a violência, a pobreza, a devastação ambiental, a injustiça de gênero e a violação dos direitos humanos.

3. Reivindicações de verdade absoluta podem ser facilmente exploradas para incitar o ódio e a violência religiosos.

4. As religiões do mundo afirmam uma realidade/verdade última que é conceitualizada de formas diferentes.


5. Embora a realidade/verdade última esteja além do alcance da completa compreensão humana, ela encontrou uma expressão em diversas formas nas religiões do mundo.

6. As grandes religiões do mundo, com seus diversos ensinamentos e práticas, constituem caminhos autênticos ao bem supremo.

7. As religiões do mundo compartilham muitos valores essenciais, como o amor, a compaixão, a igualdade, a honestidade e o ideal de tratar os outros como queremos ser tratados.

8. Todas as pessoas têm liberdade de consciência e o direito de escolher sua própria fé.

9. Enquanto o testemunho mútuo promove o respeito mútuo, o proselitismo desvaloriza a fé do outro.

Encontro Internacional de Teólogos Pluralistas e Estudiosos da Religião
Nota de Imprensa do dia 10 de setembro de 2003
"Current Dialogue" 42 (Dezembro de 2003)
Conselho Mundial de Igrejas
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Fonte: IHU online, 10/12/2010
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