sábado, 31 de dezembro de 2011

Japão é lider em relacionamentos sem sexo

Nova geração
Mundo virtual atrai mais do que realidade (Reprodução/The Guardian)
Estará uma nova geração de japoneses
perdendo o interesse em sexo?
E se sim, o que estará
por trás disso?

Não é fácil ser jovem no Japão hoje em dia. A cada poucos meses se vê o lançamento de um novo conjunto de imagens, estatísticas e reportagens alardeando a mesma ideia: a de que os homens japoneses contemporâneos não são viris o suficiente – e pior, não parecem se importar com isso.
No estudo mais recente feito pelo governo, publicado no fim do mês passado, a porcentagem de homens solteiros subiu 9,2 pontos em relação a cinco anos atrás. E o que é mais revelador: 61% desses homens declararam não ter uma namorada, entre os quais 45% disseram que não podiam se importar menos em encontrar uma.
E então? Como qualquer um que já tenha assistido a vídeos pop japoneses ou coreanos, as imagens mais populares dos homens asiáticos, vistas de uma perspectiva ocidental, é muito mais efeminada do que as imagens de homens ocidentais. Asiáticos são retratados cobertos de maquiagem, penteados, estilizados e gostam de passos de dança coreografados.
E ainda assim o Japão foi reconstruído das cinzas da Segunda Guerra Mundial e transformado em uma grande potência econômica e tecnológica com uma rapidez sem precedentes, graças aos seus trabalhadores esforçados, em sua maioria homens, que construíram os trilhos do impressionante trem bala do país, por exemplo.
“Talvez nós sejamos seres humanos mais avançados,”
 minha amiga japonesa disse enquanto
jantávamos juntos em Tóquio (ela pediu que eu
não usasse seu nome real). Ela é a
atraente editora de 40 e poucos anos
de uma das principais revistas de moda do Japão,
 e ela ainda está solteira.
“Talvez,” ela continuou,
 “nós já tenhamos aprendido a
nos satisfazer sozinhos.”

Então por que o repúdio e a indiferença generalizados dos japoneses no que se refere ao sexo? Existem muitas teorias. A mais provocativa para mim, um japonês-americano que vive em Tóquio há muitos anos, é a de que as mulheres japonesas se tornaram mais fortes social e economicamente ao mesmo tempo em que os homens japoneses se tornaram mais prostrados e absorvidos por mundos virtuais, saciados pela própria feitiçaria tecnológica que seus antepassados lhes impingiram, e muitas vezes preferindo-os à realidade. “Eu não gosto de mulheres de verdade,” desdenhou com arrogância um rapaz no 2Channel, o maior e mais ativo fórum online do mundo. “Elas são exigentes demais hoje em dia. Prefiro ter uma namorada virtual.”
Namoradas virtuais se transformaram em uma sensação no último verão, quando a fabricante de jogos japonesa Konami lançou a segunda geração de seu popular Love Plus, apropriadamente chamada de Love Plus +, para Nintendo DS. E sabiamente, a Konami conseguiu fazer com que uma monótona cidade de praia chamada Atami fosse a sede de um fim de semana especial com o tema Love Plus +.
Os jogadores foram convidados a levar suas namoradas virtuais, dentro de seus aparelhos de videogame, até a cidade de praia para viver um fim de semana de romance e êxtase. A promoção obteve um sucesso absurdo, e gerentes de resorts locais disseram que foi seu melhor fim de semana em décadas. Claramente, esses são jovens japoneses de uma geração que considera as demandas imperfeitas ou simplesmente inesperadas dos relacionamentos no mundo real menos atraentes do que a tentação da libido virtual.
A expressão “homens herbívoros” foi criada por uma jornalista japonesa em 2006. Em 2009, a falta de ambição dos homens japoneses, tanto sexualmente quanto em outras áreas, havia se tornado um tema recorrente na mídia. Com relatos recentes de japoneses que não conseguem satisfazer mulheres de verdade e que não pretendem se casar ou ter filhos, o fenômeno de distanciamento mútuo entre os gêneros se tornou um assunto popular. Pode ser o futuro, mas será que é realmente japonês?
“Talvez nós sejamos seres humanos mais avançados,” minha amiga japonesa disse enquanto jantávamos juntos em Tóquio (ela pediu que eu não usasse seu nome real). Ela é a atraente editora de 40 e poucos anos de uma das principais revistas de moda do Japão, e ela ainda está solteira. “Talvez,” ela continuou, “nós já tenhamos aprendido a nos satisfazer sozinhos.”
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Fontes: The Guardian - Japan leads the way in sexless love

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