segunda-feira, 29 de abril de 2013

Um cirurgião de textos

 
Cirurgião de textos. Esta é, na essência, a profissão de James McSill, um gaúcho de 56 anos que mora em Yorkshire, na Inglaterra, e que se tornou conhecido em todo o mundo graças a seu trabalho como consultor literário. Ele auxilia escritores que sonham em escrever livros de sucesso de público e de crítica.

James esteve em Florianópolis no fim de semana compartilhando suas experiências no mundo da literatura na Maratona de Imersão Literária. O consultor aplica, em suas palestras e aulas, conhecimento, didática e irreverência, uma receita que tem se mostrado eficiente, já que as inscrições para seus cursos esgotam-se rapidamente, em todos os cantos do planeta. Ele coordena a Maratona, destinada a empresários e escritores de autodesenvolvimento, que vão descobrir estratégias para a produção de textos apreciados por agentes e editoras internacionais e aprender, na prática, a estruturar um protótipo de livro comercial.

Dono de empresas ligadas à indústria literária e consultoria em Londres e Yorkshire, no norte da Inglaterra, James está à frente da McSill Story Studio (que tem parcerias com estúdios de Hollywood) e, ainda, da agência literária internacional em São Paulo, sendo representante para a América Latina e Península Ibérica do prestigiado BritWriters’ Awards. Atualmente, está ampliando o seu bem-sucedido sistema de treinamento remoto para jovens autores, chamado Book in a Box.

– Eu me proponho a ser o amigo que vai dar no texto do autor uma chibatada crítica. Sou apenas um “estruturalista”, cirurgião de texto, e não um crítico literário. É a opinião de alguém que lê de tudo, que gosta de opinar e de embasar as suas opiniões. E que gosta, também, de apontar caminhos e de ver o texto como uma obra que quer ser publicada.

James nasceu nos arredores de uma colônia inglesa, perto de Pelotas (RS). Ainda menino mudou-se com a família para a Escócia. Voltou para estudar Línguas na Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e, após a formatura, fez pós-graduação no Reino Unido e ganhou o mundo. Foi educador, conferencista na área de ensino de idiomas e consultoria e trabalhou com análise, criação de livros e dicionários, até que, no fins dos anos 1980 passou a atuar como tutor de autores. Hoje, trabalha ainda com agentes e editores mundialmente reconhecidos, como Ken Atchity, Mardeene Mitchell e Richard Krevolin, dentre outros.

O grande desafio para os escritores, especialmente aqueles que estão começando, diz James McSill, é responder à seguinte questão: você poderia escrever uma primeira página que me levasse a querer virar a folha para ler uma segunda?

– O autor quer criar uma narrativa que todos – ou, ao menos, muitos no segmento para o qual escreve – gostem; que fiquem implorando por outras histórias como aquela.
VIVIANE BEVILACQUA | Diário Catarinense
3 dicas de James McSill
> O essencial para ser um escritor é aprender a estruturar uma história e ter a paciência para reescrevê-la várias vezes, até ficar pronta.
> O primeiro esboço de uma trama tem que emocionar o autor. Já os rascunhos subsequentes têm de ser trabalhados nos mínimos detalhes para emocionar o leitor, os críticos e aqueles que nos são indiferentes. Não os que nos amam, porque esses vão gostar de qualquer forma.
> O mercado literário nunca esteve tão bom. Esta é a hora de publicar seu livro, quer por meios regulares ou alternativos.

Reportagem por  VIVIANE BEVILACQUA | Diário Catarinense Fonte:  http://www.clicrbs.com.br/zerohora/29/04/2013

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