sábado, 24 de agosto de 2013

EM QUE FASE VOCÊ ESTÁ? PEGAR OU NAMORAR?

JAQUELINE BRENDLER*

 "Pela fragilidade dos vínculos afetivos atuais, estamos vivendo a era “fast” dentro dos relacionamentos."
Casar cedo, logo após os 20 anos, foi realidade para as pessoas que nasceram na época do amor eterno, quando o divórcio não era possível. Hoje, a facilidade em obter sexo sem compromisso, além das exigências profissionais que incluem cursar a universidade e cumprir metas, está aumentando o tempo de solteirice, adiando a idade do primeiro casamento.

Desde que o mundo é mundo, os homens são estimulados a confirmar a sua virilidade através do número de parceiras sexuais, como também a buscar o prazer que essas aventuras eróticas proporcionam. A maioria dos homens tem facilidade em separar sexo-diversão-prazer da sexualidade exercida dentro de um relacionamento, pois convivem mais intimamente com o universo masculino e com essas duas realidades, desde a infância.

As mulheres, há duas ou três décadas, por terem conquistado direitos iguais, têm a opção de fazer sexo casual, mas, como são educadas vinculando sexualidade ao afeto, a maioria continua preferindo namorar.

Muitas, quando fazem sexo casual, apesar de se considerarem bem resolvidas sexualmente, têm dificuldade de não criar ilusões ou expectativas sobre um futuro relacionamento, o que causa sofrimento; infelizmente, outras irão contar a velha história da vítima seduzida pelo lobo mau. Entender que uma proposta sexual é apenas isso e nada mais não é fácil, pois historicamente é uma nova possibilidade no universo feminino.

Pela fragilidade dos vínculos afetivos atuais, estamos vivendo a era “fast” dentro dos relacionamentos, pois é fácil namorar e casar tanto quanto retornar ao mercado afetivo-sexual ou somente ao sexual.

A maioria das pessoas que desejam sexo casual, antes de ele rolar, é sincera sobre a sua intenção ou nada fala. Uma minoria joga ou insinua algo em relação ao futuro. Quando o sexo fortuito transforma-se num caso, num “affair”, uma das estratégias para manter o outro cativo, preso também emocionalmente, são promessas que nunca irão se concretizar.

Uma pessoa não se transforma em canalha porque só quer “ficar” ou “pegar”. Apenas atende à demanda oferecida por nossa sociedade, que consome também prazer sexual, prazer carnal. Num outro momento da vida, vai dedicar-se a investir num relacionamento. Se a fase de “pegação” se prolongar, pode perder a oportunidade de conhecer alguém especial, dentro de uma situação de casal.

Dizem que “um cavalo não passa encilhado mais de uma vez na nossa frente”. Pela alta rotatividade das uniões atuais, eu diria que talvez passe duas vezes. Ser livre implica escolher e com isso ganhamos e perdemos. Não durma no ponto.
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Médica e sexóloga.
Fonte: ZH on line, 24/08/2013
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