sábado, 12 de abril de 2014

Meditação para acalmar a alma

 
A escritora Priscilla Warner tinha uma vida invejável: um casamento próspero, dois filhos amorosos e um best-seller publicado. Ainda assim, ela sofria com ataques de pânico debilitantes que a deixavam incapaz de respirar. Após 40 anos de convivência com a ansiedade, tentativas frustradas de automedicação a base de vodca e um ataque de pânico avassalador, Priscilla resolveu sair à procura da paz por meio da meditação.

Escrito com delicadeza e bom-humor, o livro Respirar, Meditar, Inspirar, lançado no Brasil pela Editora Valentina, conta a jornada vivida por Priscilla em busca “do seu monge tibetano interior”. Meditando até em shoppings, ela conta como conseguiu se acalmar para fazer as pazes com seu passado. Na entrevista a seguir, Priscilla mostra que sua história pode ser fonte de inspiração para aqueles que enfrentam o desafio diário de vencer os seus medos.

Vida – Quais são algumas das melhores estratégias que você encontrou para se acalmar e reduzir a ansiedade?

Priscilla Warner – Desenvolvi uma prática de meditação que continua a me fornecer uma dose diária de calma. Eu me sinto capaz e centrada, sabendo que posso sentar com meus próprios pensamentos e deixá-los fluir nesse período de tempo. Yoga e outras formas de exercício também são importantes. Um monge tibetano chamado Yongey Mingyur Rinpoche – que sofrera ataques de pânico e se curou por meio da meditação – me ensinou que o meu corpo é como um cavalo. Ele precisa de descanso, exercício, dieta adequada, nutrição e yoga. Minha mente é como um cavaleiro e precisa de meditação. Caminhar e meditar ao mesmo tempo é muitas vezes a prática perfeita para mim, uma vez que tende para o corpo e a mente, o cavalo e o cavaleiro. A terapia também foi uma parte muito importante do meu processo de cura. As sessões me ajudaram a processar memórias que se congelaram em mim.

Vida – Quais são os principais obstáculos que nos impedem de alcançar a calma?

Priscilla – Estamos todos tão ocupados reagindo à vida e tentando administrar a nossa ansiedade, que, às vezes, não acreditamos que parar e sentar ainda possa ajudar de alguma forma. Vivemos em um mundo onde as mentes ocupadas são celebradas como produtivas, mas descansá-las em intervalos por meio da meditação, na verdade, nos torna mais eficazes. Precisamos fazer com que isso se torne tão sexy quanto estar sempre ocupado!

Vida – No final, você fez “amizade” com seu pânico? De que maneira?

Priscilla – O monge Yongey Mingyur Rinpoche costumava dizer que o seu maior mestre fora seu próprio pânico. Acho que o meu pânico mascarava muita tristeza e depressão. Agora, já processei essa tristeza e a liberei, aprendi a me desapegar e desvencilhar de muitas coisas. Costumava pensar que era egoísta procurar a felicidade, mas todos os professores que conheci enfatizaram a importância de cultivar a compaixão por nós mesmos para que pudéssemos ter compaixão pelos outros.

Vida – Você acha que a ansiedade crônica pode ser considerada uma psicopatologia contemporânea? Por quê?

Priscilla – Acho que as pessoas têm sofrido de ansiedade desde o início dos tempos. Talvez elas a tenham chamado de modos diferentes, mas o medo é o medo. Homens das cavernas tinham medo de coisas que as pessoas compartilham no Facebook hoje! Certamente o ritmo acelerado de nossas vidas e os acontecimentos terríveis que vemos em nossos computadores e TVs contribuem para a ansiedade moderna.

Vida – O que você diria para as outras pessoas que enfrentam e tentam diariamente libertar-se da ansiedade crônica?

Priscilla – É muito importante saber que você não está sozinho e que milhões de pessoas sofrem de ansiedade e pânico. Me senti sozinha por tantos anos e tinha certeza de que ninguém no mundo sofria tanto quanto eu. A vida pode ser dolorosa e difícil para todas as pessoas. Algumas parecem que são imunes à ansiedade, mas talvez elas só sejam melhores em esconder seus medos.

Ficha técnica

Respirar, Meditar, Inspirar

Autora: Priscilla Warner
256 páginas, 1ª edição, Ano: 2014
Editora Valentina
Preço médio: R$34,00
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FONTE: ZH online, 12/04/2014

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